"Produtos não saudáveis", como tabaco, álcool, alimentos ultraprocessados, mídias sociais e combustíveis fósseis, bem como impactos do consumo de combustíveis fósseis, como mudanças climáticas e poluição do ar, estão associados à depressão, suicídio e automutilação, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (28) na PLOS Global Public Health por Kate Dun-Campbell, da London School of Hygiene & Tropical Medicine, e colegas.

Globalmente, cerca de uma em cada oito pessoas vive atualmente com um transtorno de saúde mental . Esses transtornos — incluindo depressão, suicídio, ansiedade e outras doenças e transtornos — podem ter muitas causas subjacentes. Algumas dessas causas podem estar relacionadas a determinantes comerciais da saúde — as maneiras pelas quais as atividades comerciais e as commodities impactam a saúde e a equidade.

Os determinantes comerciais da saúde podem ser especificamente prejudiciais, como o consumo de álcool ou tabaco, alimentos não saudáveis e o uso de combustíveis fósseis.

Para entender melhor como essas commodities não saudáveis podem impactar a saúde mental, os autores deste estudo realizaram uma síntese abrangente de 65 estudos de revisão examinando conexões entre seis commodities específicas: tabaco, álcool, alimentos ultraprocessados, jogos de azar, mídia social e combustíveis fósseis.

O autor também incluiu estudos que analisam os impactos do uso de combustíveis fósseis na saúde mental, como mudanças climáticas e poluição do ar.

A revisão geral encontrou evidências de ligações entre depressão e álcool, tabaco, jogos de azar, mídia social, alimentos ultraprocessados e poluição do ar. Álcool, tabaco, jogos de azar, mídia social, mudanças climáticas e poluição do ar foram associados ao suicídio, e as mídias sociais também foram associadas à automutilação. Mudanças climáticas e poluição do ar também foram associadas à ansiedade.

A revisão reuniu muitas metodologias e medições diferentes, e não conseguiu estabelecer a causa subjacente dos resultados negativos de saúde mental. Mas os resultados indicam que commodities não saudáveis devem ser consideradas quando os pesquisadores tentam entender e melhorar a saúde mental precária.

Os autores acrescentam: "Nossa revisão destaca que já há evidências convincentes do impacto negativo de produtos não saudáveis na saúde mental, apesar das lacunas importantes na compreensão do impacto de práticas comerciais mais amplas".

Informações do periódico: PLOS Global Public Health